Os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), em sessão administrativa realizada nesta quinta-feira (24), aprovaram a expansão do atual museu da Corte. A iniciativa busca ampliar o acesso da sociedade ao acervo arquitetônico, artístico e histórico do Tribunal e dar visibilidade a outras ações e exposições que contribuam para a promoção da cidadania, da justiça e da compreensão da Constituição Federal.
No mês passado, o arquiteto Paulo Mendes da Rocha apresentou um estudo de arquitetura e expografia. Ele é considerado o maior arquiteto brasileiro da atualidade e um dos cinco mais renomados do mundo, com expertise na área de museus – é autor do projeto do Museu Brasileiro de Escultura (MuBE) e do plano de reforma da Pinacoteca do Estado de São Paulo, que, assim como o Supremo, é prédio tombado pelo Patrimônio Histórico.
Vencedor do Prêmio Pritzker, o mais importante da arquitetura mundial, e homenageado com honrarias como o Leão de Ouro da Bienal de Veneza e o Prêmio Imperial do Japão, Paulo Mendes da Rocha afirmou que aceitou o desafio por entender a delicadeza com que o projeto deve ser realizado.
Atualmente, as instalações do museu, no segundo andar do Edifício-Sede do STF, têm cerca de 159 m² e contam com sala expositiva e espaço de guarda e conservação do acervo, que se concentra apenas na história da Corte. “A metragem atual é nitidamente incompatível com a importância da história e do acervo do STF. A carência de espaço físico dificulta a orgulhosa exibição da memória institucional”, disse o presidente do STF, ministro Dias Toffoli.
Com o redimensionamento, o museu será transferido para o local anteriormente ocupado pelo arquivo do STF, no subsolo do Edifício-Sede, com área de aproximadamente 1,5 mil m², a partir da readequação dos espaços já existentes.
Acervo
O acervo histórico-cultural do STF é composto por objetos reunidos nos quase 211 anos de existência do órgão, desde que ele foi criado, em 1808, ainda com o nome Casa da Suplicação do Brasil. Obras de arte e objetos que hoje o compõem foram se integrando aos poucos ao Tribunal.
Integram o acervo, mobiliário e peças decorativas nos estilos Luiz XVI e Vitoriano datados de 1880, além de mobiliário utilizado na antiga Corte, no Rio de Janeiro, antes da transferência da capital para Brasília, e a coleção produzida pelo jurista brasileiro Pontes de Miranda.
Também se destacam itens da época, como cabine telefônica utilizada antigamente pelos ministros, e estátuas e bustos de bronze que homenageiam figuras ilustres da história. Entre as peças, a escultura “A Justiça”, do artista Alfredo Ceschiatti, adorna a porta simbólica que dá acesso ao Plenário. A obra é a cabeça da estátua de mesmo nome localizada em frente ao prédio, na Praça dos Três Poderes. Das pinturas, o quadro “Os Bandeirantes de Ontem e de Hoje”, localizado no Hall dos Bustos, do artista plástico Massanori Uragami, traça um paralelo entre as bandeiras de Fernão Dias Paes Leme, os desbravadores da Transamazônica e a fundação de Brasília.
A conservação e o tratamento dos itens que compõem o acervo do STF têm como premissa a preservação da memória institucional e a promoção do pleno acesso à informação e à história do Supremo Tribunal Federal.
SP/EH
Source: STF