A III Conferência Nacional da Mulher Advogada chega ao fim, nesta sexta-feira (6), com a defesa de propostas e uma lista de deliberações que será encaminhada pela Comissão Nacional da Mulher Advogada (CNMA) ao Conselho Federal da Ordem, solicitando a adoção de medidas que reafirmem o papel essencial das mulheres advogadas na concretização do Estado Democrático de Direito, sem omissões ou conivência com a violação de direitos e a união de forças na construção da equidade de gênero na sociedade brasileira. As deliberações estão escritas na Carta de Fortaleza, divulgada ao final do evento.
Ao longo de dois dias, quase 3 mil advogadas e advogados de todo o país participaram de dezenas de painéis, palestras e atividades no Centro de Eventos de Fortaleza, com a presença de nomes da advocacia, representantes de movimentos sociais, entidades públicas e privadas e também de especialistas estrangeiros. Eles debateram sobre diversos temas, como o enfrentamento da violência contra mulher, mercado de trabalho, direto de família, prerrogativas das advogadas, igualdade de gênero e a participação das mulheres no sistema OAB.
A palestra de encerramento foi proferida pela professora de filosofia jurídica da Escola Superior da Magistratura do Rio de Janeiro (EMERJ), Katiúscia Ribeiro, que falou a respeito de igualdade, liberdade e sororidade. Para a conferencista, é preciso entender quem são essas mulheres que vivenciam violência de todas as espécies. “Estamos falando de sobrevivência. Somos plurais e essas diversas mulheres precisam ser olhadas sem estereótipos, sem análises, sem preconceitos. Se não pensarmos a reconstrução estrutural do problema, não sairemos do lugar. Pensar sobre igualdade, liberdade e sororidade é pensar o lugar das mulheres”.
“Minhas palavras são de agradecimento a todos vocês que tornaram esses dois dias inesquecíveis. Tantas coisas aprendemos com os painéis que foram apresentados e pelas discussões altamente relevante sobre a importância da igualdade das mulheres. Nosso muito obrigado por tudo o que vocês proporcionaram com essa troca de energia”, disse o anfitrião, presidente da OAB Ceará, Erinaldo Dantas.
A presidente da Comissão Nacional da Mulher Advogada, Daniela Borges, agradeceu a todos pela presença e empenho na realização da conferência. “O evento foi constituído com muita antecedência e pensado na perspectiva do tema. Quando falamos sobre igualdade, liberdade e sororidade percebemos que devemos fazer uma revolução para todas a respeito dessas três palavras. Nós temos força política. O que nós precisamos é nos organizarmos e exercermos essa força política que temos”, destacou.
“Estou muito feliz em ter participado dessa conferência que pode ser considerada a maior e mais linda conferência da mulher advogada. Que a próxima seja ainda maior. Saio daqui hoje com o coração transbordando de felicidade pela beleza que foi esse evento. Todos nós, juntos, podemos chegar mais longe. Vamos nos esforçar para que a Carta de Fortaleza seja efetivamente implementada. Estou convencido de que nesse processo de construção de mais espaço e poderes para as mulheres, estamos no caminho certo”, disse o vice-presidente do Conselho Federal, Luiz Viana Queiroz.
Após os dois dias de eventos, com variedade de debates de temas caros à mulher advogada, o presidente do Conselho Federal da OAB, Felipe Santa Cruz, afirmou que “demos um passo essencial na luta pela igualdade de gênero. Viva as advogadas e a força feminina da OAB”.
Leia a íntegra da Carta de Fortaleza
No final do evento, foram premiadas as delegações, por região, com maior número de participantes proporcional ao número de advogadas inscritas nas seccionais. Da região nordeste – OAB Rio Grande do Norte, norte – OAB Pará; centro-oeste – OAB Goiás, sul – OAB Paraná, sudeste – OAB Rio de Janeiro e a maior delegação em número absoluto de integrantes foi a OAB São Paulo.
Source: OAB