A OAB Nacional, por decisão de seu Conselho Pleno, aprovou, na tarde desta segunda-feira (14), a implementação da paridade de gênero em todas as chapas e diretorias da entidade, tanto nas Seccionais quanto no Conselho Federal. A histórica decisão antecedeu o Dia da Mulher Advogada, celebrado hoje, 15 de dezembro. Os dados atualizados mostram que há cerca de 630 mil advogadas e estagiárias brasileiras, representando 50% da advocacia nacional.
Para o presidente nacional da OAB, Felipe Santa Cruz, a conquista marca não somente um grande avanço para a participação feminina, como também para o fortalecimento da Ordem. “O dia da mulher advogada tem um significado especial este ano. Além da justa homenagem a todas as advogadas brasileiras, poderemos comemorar uma conquista histórica, a paridade de gêneros na nossa entidade”, afirma Santa Cruz.
A presidente da Comissão Nacional da Mulher Advogada, Daniela Borges, entende que não há outra palavra que não seja “histórica” para descrever a implementação da paridade na OAB. “Eu sonho com o dia em que não precisemos mais ter a comissão que presido. Nesse 15 de dezembro – que é de todas nós – é importante marcar todos os desafios e obstáculos a mais que as mulheres têm em relação aos homens na advocacia. Por isso ainda precisamos de uma comissão assim, exatamente para tratar desses desafios e das particularidades extras que surgem pela simples razão de sermos mulheres no exercício da profissão”, aponta.
Borges ressalta que a história da mulher na advocacia é marcada por desigualdades materiais. “Mas os cenários vêm mudando e a decisão de ontem mostra isso. O dia de hoje tem um sabor especial para a advocacia feminina. Demos um passo muito importante, um salto em direção a um futuro no qual não precisemos mais de uma comissão e de um dia da mulher advogada. Esse mundo ideal terá igualdade de condições e oportunidades para homens e mulheres”, destaca a presidente da comissão.
Para celebrar o Dia da Mulher Advogada e reafirmar a luta pela igualdade, por direitos e prerrogativas das mulheres que exercem a advocacia, a OAB Nacional relembra a primeira advogada brasileira, Myrthes Gomes. Ela se formou em 1898 pela Faculdade Livre de Ciências Jurídicas e Sociais do Rio de Janeiro. Enfrentou muita resistência na família, na sociedade e no meio jurídico, mas lutou por seus ideais e exerceu a advocacia até sua aposentadoria, em 1944.
Source: OAB